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28 de novembro de 2012

PROTEGENDO AS BALEIAS-JUBARTE DE COLISÕES NAS COSTAS BRASILEIRAS


Baleia-jubarte em área próxima ao arquipélago de Abrolhos; parceria entre ambientalistas e empresas mudou rota de transporte de carga para evitar colisões com os bichos


Parceria evita colisões entre barcaças e baleias na região de Abrolhos

Uma parceria entre biólogos, ambientalistas e a iniciativa privada está ajudando a evitar uma modalidade especialmente calamitosa de acidente de trânsito: trombadas entre baleias e barcos na região de Abrolhos, entre a Bahia e o Espírito Santo.
Criar um bom sistema de “semáforos” marinhos é crucial para esse pedaço da costa brasileira porque ele combina elementos que aumentam o risco de colisões.
Por um lado, Abrolhos e adjacências concentram cerca de 90% das 11 mil baleias-jubartes que passam pelo Brasil todos os anos. Esses cetáceos, lentos e de hábitos costeiros, são a segunda espécie mais atropelada de baleia (só “perdem” para as baleias-francas).
Por outro lado, a região abriga um movimentado tráfego de barcaças carregando toras de madeira e celulose oriundas das florestas de eucalipto da região – trânsito que ganhou porte com a instalação de um terminal de transporte marítimo em Caravelas (BA) no começo da década passada.
Deixada ao deus-dará, a situação degringolaria em considerável contagem de corpos de jubartes – e prejuízos para as empresas de madeira.
Por isso mesmo, o monitoramento das rotas das baleias na região foi uma das condicionantes ambientais impostas pelo governo para a criação do terminal de Caravelas, afirma Márcia Engel, bióloga do Instituto Baleia Jubarte.
“Fizemos levantamentos aéreos e cruzeiros de pesquisa para estudar essas áreas de concentração das jubartes e estabelecer rotas com menor densidade de animais.”
O trabalho foi feito com apoio da Fibria, empresa de celulose que pretendia transportar madeira de Caravelas e Belmonte (BA) para Aracruz (ES) – no segundo caso, em “joint venture” com outra empresa, a Stora Enso.
A equipe do Instituto Baleia Jubarte mostrou que era possível evitar encontros trágicos com os cetáceos no trajeto de 275 km, desde que as barcaças mantivessem rotas não muito coladas à costa, região preferida pelos bichos.
Ao que tudo indica, a estratégia tem dado certo. Dez anos depois do estabelecimento do terminal de Caravelas, não há evidência de choque com as barcaças.
E não é que atropelamentos do tipo não tenham ocorrido na região, lembra Engel. No mesmo período, houve ao menos três colisões, uma delas envolvendo um catamarã que fazia a rota entre Salvador e Morro de São Paulo.
Perto de Itaparica, tripulação e passageiros sentiram uma pancada. Ao olhar para trás, “o pessoal viu uma baleia e uma grande mancha de sangue na água”, diz a bióloga. Provavelmente era uma jubarte, embora a identificação da espécie não tenha sido feita. O navio afundou.
Outra preocupação ligada ao estabelecimento de um porto numa área de reprodução de baleias é o barulho.
Os sons emitidos pelas jubartes são importantes para o acasalamento e o cuidado com as crias. O temor é que o barulho causado pelo tráfego marítimo atrapalhe a comunicação entre os animais.
Por enquanto, não há evidências de que isso esteja acontecendo em Abrolhos, diz Engel, apesar dos 5 milhões de metros cúbicos de madeira transportados ali entre 2010 e este ano.
Um dado mais preocupante tem vindo da população de botos-cinza do estuário do rio Caravelas. Com cerca de cem indivíduos, esse grupo parece estar se reduzindo. Ainda não é possível saber se isso é um impacto do tráfego. (Fonte: Reinaldo José Lopes/ Folha.com)

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